A trombofilia e a perda gestacional

A trombofilia é uma propensão a desenvolver trombose devido a determinados transtornos de coagulação do sangue. Pode ser adquirida ou hereditária. Mulheres com histórico de trombose precisam de cuidados especiais durante a gravidez para garantir a saúde do bebê.

Fontes médicas estimam que entre 10 a 15% das mulheres sofrem um aborto espontâneo por diferentes causas. A repetição do aborto é muito menos frequente, afeta entre 3 e 5% das mulheres (2 abortos) e menos de 1% (três abortos consecutivos).

A trombofilia em ocasiões é estudada por exclusão, quando outros estudos sobre a causa de aborto não foram conclusivos. Isso porque, um diagnóstico equivocado de trombofilia pode tirar de você a oportunidade de investigar a verdadeira causa de uma perda gestacional e tratar, de maneira adequada.

Qual é o médico indicado para fazer o estudo da trombofilia?

A trombofilia é investigada pelo hematologista, que baseado em uma avaliação dos antecedentes de aborto e histórico da família irá solicitar exames para a pesquisa do diagnóstico, atuando junto com o obstetra nas tomadas de decisões.

Por que a trombofilia é um risco para a gravidez?

Quando a trombofilia leva à hipercoagulação do sangue, pode provocar o entupimento das veias ou artérias devido ao aumento da densidade do sangue, que fica mais espesso. Esta obstrução pode provocar problemas de circulação do sangue tanto nas veias da mãe quanto no sangue que chega à placenta. 

Quando diagnosticada uma trombofilia em gestante, essa deve tomar anticoagulantes?

O Colégio Americano de Ginecologistas e Obstetras classifica as pacientes de acordo com a trombofilia, se ela é de baixo ou alto risco de trombose e também de acordo com o histórico prévio de trombose, tanto pessoal quanto familiar. 

Já a diretriz do Reino Unido traz uma proposta de avaliação onde as características individuais da paciente vão somando pontos. Então a presença de trombofilia, de história familiar de trombose, passado pessoal de trombose, idade, presença de obesidade, tabagismo, gestação múltipla, e outros vão somando pontos e nos permite classificar essa paciente como de risco baixo, intermediário ou alto risco de trombose. 

Independente da maneira como classificamos a paciente em relação ao risco de trombose, não podemos perder de vista 2 conceitos importantes:

  1. A paciente, mesmo com indicação de uso de anticoagulante, tem alguma contraindicação? Ou seja, ela possui algum fator que aumenta o risco de sangramento e por isso a relação risco/benefício se torna desfavorável no que diz respeito ao uso do anticoagulante?
  2. O que é o que sempre digo: TROMBOFILIA NÃO É SENTENÇA. As trombofilias aumentam o risco de trombose, mas isso nem sempre justifica o uso de anticoagulantes. E é por isso que a avaliação do uso do anticoagulante deve ser feita de maneira individualizada, com profissional experiente em hemostasia e trombose.

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